sexta-feira, 17 de outubro de 2014



Construção de cisternas pela Paróquia Santo Antônio e SAET, neste ano,                                   beneficiou mais de  500 pessoas.                                                                                         
  Ninguém além das pessoas beneficiadas consegue entender o tamanho do beneficio em receber uma cisterna no oitão da sua casa. Parece algo que caiu do céu, tão sublime que a transformação no rosto das pessoas não deixe esconder a felicidade. Foi o que aconteceu em cerca de sessenta comunidades do imenso município de Pilão Arcado (12.123km²) onde foram construídas mais de 120 cisternas para a captação da água de chuva que já está quase chegado segundo a esperança dos sertanejos. E, se não fosse grandes caminhões que carregam até 18mil quilos, não seria possível atender tantas localidade tão distantes num curto período de tempo. Quando os beneficiados escutam o barulho do gigante, a família começa a se reunir para receber o bem tão precioso que a partir daquele momento começa a dar rumos diferentes na vida dos moradores. Todos começam a fazer os mutirões para a construção da cisterna e os novos planos começam a serem traçados em casa, inclusive para o alívio das mulheres, as quais são encarregadas de abastecerem os potes. Os descarregadores ficaram tão animados em ver a família feliz que eles diziam não se cansar, parece que a energia do corpo se multiplicava para tirar mais um sertanejo das dificuldades por falta de água para o seu consumo. Um dos jovens que descarregava o caminhão de material das cisternas chegou a chorar quando pediu água para beber e a dona da casa desconsertada disse que o último gole as crianças tinham acabado de beber. Ele baixou a cabeça e disse à mulher: “senhora não fique triste, eu acredito no que a senhora está falando” e começou a chorar. A viagem seguiu com várias interrogações do porque de tanto sofrimento. o ardor no coração e a reflexão daquela sena não deixou o jovem dormir, afirmou quando viu o sol raiar no sertão seco, lá pelas 5:40 da manhã.
         As longas viagens de até 237km de estrada de chão, buracos, areia, sol quente... inquietou os rapazes que faziam a entrega do material e, um deles disse: “só mesmo uma entidade de Deus para fazer tanto milagre e tirar o povo da miséria”. Já o motorista com  olhos fixados nos buracos disse    : “Eu já estou há dez anos fazendo esse trabalho e sempre escuto que os recursos para ajudar o povo vem da terra do padre Guilherme, lá da Alemanha, é um povo de um coração generoso, porque os políticos daqui só lembram desses miseráveis no tempo das eleições. Vamos lá, vamos tirar material de mais uma cisterna para a alegria de mais um pobre, disse o motorista”.
         A construção desse diálogo foi bastante interessante para entender de como há tanta solidariedade para o processo da construção de uma cisterna numa região tão abandonada e sem perspectiva de melhora nos próximos, pois até as aulas nas escolas estão parando devido a mal administração local, inclusive alunos passando sede nas escolas da zana rural, pois em algumas a água só chega através do carro pipa. E aonde o carro não chega?
         Aos bem feitores alemãs, recebam os agradecimentos de todas as comunidades que foram beneficiadas com as cisternas. O povo ficou inteiramente agradecido e uns vão se solidarizando com os outros e repartindo a água com os vizinhos, amigos, irmãos e todos os que precisam saciar a sede. É uma verdadeira comunhão.

          As longas viagens, o cansaço, as tristezas dos rapazes que fizeram a distribuição do material, se converteu em motivo de mais solidariedade e alegria quando foi registrada uma das primeiras cisternas deste ano já pronta com o material que eles entregaram. Quanta troca de experiência e descoberta do valor da cisterna que a própria família os informavam do valor que ela tem para saciar a sede e para o desenvolvimento da comunidade. Só Deus para abençoa tanta gente generosa, disse dona Loura Duarte, em Vila Baluarte (Feijão), que serviu café para os sofridos trabalhadores do caminhão que rodaram um dia e a noite fazendo as entregas do material. Esse ato de solidariedade se entende a todos os envolvidos na construção de vidas sadias e felizes.