Construção de cisternas pela Paróquia Santo Antônio e SAET, neste ano, beneficiou mais de 500 pessoas.
Ninguém além das pessoas beneficiadas consegue
entender o tamanho do beneficio em receber uma cisterna no oitão da sua casa.
Parece algo que caiu do céu, tão sublime que a transformação no rosto das
pessoas não deixe esconder a felicidade. Foi o que aconteceu em cerca de
sessenta comunidades do imenso município de Pilão Arcado (12.123km²) onde foram
construídas mais de 120 cisternas para a captação da água de chuva que já está
quase chegado segundo a esperança dos sertanejos. E, se não fosse grandes
caminhões que carregam até 18mil quilos, não seria possível atender tantas
localidade tão distantes num curto período de tempo. Quando os beneficiados
escutam o barulho do gigante, a família começa a se reunir para receber o bem
tão precioso que a partir daquele momento começa a dar rumos diferentes na vida
dos moradores. Todos começam a fazer os mutirões para a construção da cisterna
e os novos planos começam a serem traçados em casa, inclusive para o alívio das
mulheres, as quais são encarregadas de abastecerem os potes. Os descarregadores
ficaram tão animados em ver a família feliz que eles diziam não se cansar,
parece que a energia do corpo se multiplicava para tirar mais um sertanejo das
dificuldades por falta de água para o seu consumo. Um dos jovens que
descarregava o caminhão de material das cisternas chegou a chorar quando pediu
água para beber e a dona da casa desconsertada disse que o último gole as crianças
tinham acabado de beber. Ele baixou a cabeça e disse à mulher: “senhora não
fique triste, eu acredito no que a senhora está falando” e começou a chorar. A
viagem seguiu com várias interrogações do porque de tanto sofrimento. o ardor
no coração e a reflexão daquela sena não deixou o jovem dormir, afirmou quando
viu o sol raiar no sertão seco, lá pelas 5:40 da manhã.
As longas viagens de até 237km de estrada de chão, buracos, areia, sol
quente... inquietou os rapazes que faziam a entrega do material e, um deles
disse: “só mesmo uma entidade de Deus para fazer tanto milagre e tirar o povo
da miséria”. Já o motorista com olhos
fixados nos buracos disse : “Eu já
estou há dez anos fazendo esse trabalho e sempre escuto que os recursos para
ajudar o povo vem da terra do padre Guilherme, lá da Alemanha, é um povo de um
coração generoso, porque os políticos daqui só lembram desses miseráveis no
tempo das eleições. Vamos lá, vamos tirar material de mais uma cisterna para a
alegria de mais um pobre, disse o motorista”.
A construção desse diálogo foi bastante interessante para entender de
como há tanta solidariedade para o processo da construção de uma cisterna numa
região tão abandonada e sem perspectiva de melhora nos próximos, pois até as
aulas nas escolas estão parando devido a mal administração local, inclusive
alunos passando sede nas escolas da zana rural, pois em algumas a água só chega
através do carro pipa. E aonde o carro não chega?
Aos bem feitores alemãs, recebam os agradecimentos de todas as
comunidades que foram beneficiadas com as cisternas. O povo ficou inteiramente
agradecido e uns vão se solidarizando com os outros e repartindo a água com os
vizinhos, amigos, irmãos e todos os que precisam saciar a sede. É uma verdadeira
comunhão.
As longas viagens, o cansaço, as tristezas dos rapazes que fizeram a
distribuição do material, se converteu em motivo de mais solidariedade e
alegria quando foi registrada uma das primeiras cisternas deste ano já pronta
com o material que eles entregaram. Quanta troca de experiência e descoberta do
valor da cisterna que a própria família os informavam do valor que ela tem para
saciar a sede e para o desenvolvimento da comunidade. Só Deus para abençoa
tanta gente generosa, disse dona Loura Duarte, em Vila Baluarte (Feijão), que
serviu café para os sofridos trabalhadores do caminhão que rodaram um dia e a
noite fazendo as entregas do material. Esse ato de solidariedade se entende a
todos os envolvidos na construção de vidas sadias e felizes.